Este artigo é um resumo da proposta apresentada por João Bernardo Vieira, ex-Secretário de Estado e defensor da estabilidade política, ao Presidente Umaro Sissoco Embaló, sobre o adiamento das eleições legislativas agendadas para 24 de novembro. Vieira argumenta que a atual conjuntura política do país não favorece a realização de um processo eleitoral justo e transparente.

A Necessidade de um Clima Favorável

João Bernardo Vieira enfatiza que a Guiné-Bissau atravessa um período de intensa turbulência política e social. Ele afirma: “O país está marcado por divisões que permeiam as instituições, tornando o ambiente eleitoral propenso a contestações.” Para ele, é essencial criar um clima propício para que as eleições possam ser realizadas de forma livre e justa, destacando que “sem um entendimento entre os atores políticos, a estabilidade é uma miragem.”

Propostas para o Diálogo Nacional

Vieira propõe que o Presidente, como “garantidor do funcionamento das instituições”, considere o adiamento das eleições e inicie um “processo de diálogo nacional” que envolva todos os segmentos da sociedade. Ele acredita que esse diálogo é fundamental para restaurar a confiança entre os cidadãos e as instituições. “Precisamos de um espaço onde todos possam expressar suas preocupações e contribuir para um futuro comum”, ressalta.

Iniciativa de Paz e Reconciliação

Recentemente, João Bernardo Vieira tem promovido a iniciativa “Paz e Reconciliação Nacional”, que visa unir os guineenses em torno de um objetivo comum. Em sua carta ao Presidente, ele destaca a importância dessa iniciativa como um meio de “purificar os males” que afetam a convivência pacífica no país. “A reconciliação não é apenas uma necessidade, mas uma urgência para a construção de um futuro estável”, afirma.

Desafios e Oportunidades

Embora as principais forças políticas tenham se manifestado contra o adiamento das eleições, Vieira acredita que a realização de um diálogo inclusivo pode abrir caminho para soluções duradouras. Ele observa que as eleições, embora essenciais para a alternância democrática, não resolverão os problemas estruturais da Guiné-Bissau sem um compromisso genuíno com a reconciliação e a unidade.

João Bernardo Vieira conclui que a Guiné-Bissau possui um potencial significativo, mas que isso só será alcançado por meio de um esforço conjunto para superar as divisões e construir um futuro baseado na paz e na justiça. Ele convida todos os guineenses a se unirem em prol de um país mais estável e próspero, ressaltando que “a verdadeira mudança começa com o diálogo e a compreensão mútua”.

Para ler o artigo original, acesse: Observador